segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Bernstein e o FBI

A propósito de Bernstein, este "repeat repeat", de autor desconhecido



Uma notícia de Agosto do jornal Público

Por supostas actividades comunistas
Maestro Leonardo Bernstein foi espiado pelo FBI

14.08.2009 - 10h30 Isabel Coutinho

O escritor e crítico musical Alex Ross assina um artigo no site da revista The New Yorker onde revela que o famoso maestro da Orquestra Filarmónica de Nova Iorque, Leonardo Bernstein (1918-1990), foi vigiado durante anos pelo FBI (Federal Bureau of Investigation) por supostas actividades comunistas.

O autor de The Rest is Noise: Listening to the Twentieth Century conta na revista que, quando estava a fazer um artigo sobre o músico no final do ano passado, conseguiu aceder a vários documentos relacionados com as posições políticas de Bernstein, entre os quais o seu dossier no FBI (que tem 800 e tal páginas), e ainda a notas relacionadas com ficheiros e a gravações áudio do Presidente norte-americano Richard Nixon.

No artigo, disponível on-line (intitulado Os Ficheiros Bernstein) podem ver-se reproduções dos documentos e ouvir-se ficheiros de som onde o Presidente Nixon discute com Haldeman, o seu chefe de gabinete.

As escutas e a vigilância a Leonardo Bernstein, norte-americano descendente de uma família russa judia, começaram nos anos 40. Em Março de 1949, David Niles, que era assistente do Presidente Harry Truman, pediu ao FBI para investigar o passado do músico.

Niles queria esta informação, escreve Alex Ross, porque Truman e o primeiro Presidente de Israel, Chaim Weizmann, iam participar num evento em que Bernstein actuaria. O director do FBI, J. Edgar Hoover, terá sido informado de que Bernstein estava "ligado, afiliado ou de alguma maneira associado" a várias associações comunistas.

Na era McCarthy (a da "caça aos comunistas"), a vigilância ao pianista foi particularmente intensa, sobretudo entre 1947 e 1956.

Em 1953, o Departamento de Estado recusou-se a renovar o passaporte de Bernstein. Este assinou uma declaração em que negava ter estado alguma vez inscrito no Partido Comunista (PC) ou participado em actividades realizadas por comunistas, mas continuou a ser espiado. A sua carreira foi afectada. Em 1958 um informador do FBI afirmava: "Sei que Bernstein é membro do PC. Não tenho provas, mas sei pela maneira como fala."

Em Setembro de 1971, Nixon, que devia estar presente na inauguração do Kennedy Center for the Performing Arts, em Washington, recusou-se a ir porque Jacqueline Kennedy pediu a presença de Bernstein, que ali apresentou Mass. Os conselheiros da Casa Branca acharam que o músico planeava, com pessoas de esquerda, ridicularizar o Presidente, apresentando uma composição antibélica.

Tropa Não!


















Canção política da música moderna portuguesa contra o serviço militar obrigatório que já acabou. O militarismo é que está longe de ter desaparecido. As guerras dos impérios estão aí e o estado português lá está - a “cumprir compromissos” da NATO (Iraque, Afeganistão).

Para ouvir é só ir aqui e seleccionar “Tropa Não”:

Mais informação sobre os Street Kids de qmusika.com:

Os Plástico formaram-se em Cascais em 1979. O grupo era constituído por Nuno Rebelo, Luís Ventura e Eduardo Pimentel. Em 1980, com a entrada de Nuno Canavarro e Flash Gordon, mudam de nome para Street-Kids. Escolheram o nome porque pretendia significar que eram "jovens" e "urbanos" e só mais tarde repararam que queria dizer miúdos da rua, vadios.
O primeiro single foi "Let Me do It", produzido por Luís Filipe Barros, que chegou a nº 1 do top de singles do programa "Rock em Stock", ostentando, por isso, o famoso autocolante mencionando tal facto.
No dia 19 de Abril de 1981 actuaram na festa comemorativa do 2º aniversário do programa "Rock em Stock" que decorreu no Pavilhão do Restelo onde também actuaram os NZZN, GNR, Jáfumega, Roxigénio, UHF e Arte e Oficio. Em Maio é editado um single, produzido novamente por Luís Filipe Barros, com os temas "Super Wen" e "Secondary Effects". Os direitos de autor deste disco foram cedidos à Liga Portuguesa Contra o Cancro.
Durante o ano de 1981, o grupo dá mais de 50 concertos ao vivo pelo país inteiro.
No início de 1982 é editado o álbum "Trauma", produzido por Manuel Cardoso, que incluía os temas "Propaganda", "Tropa Não", "Israel", "Progresso", "Tóquio ano 82", "Nunca Pensei que Te Anulasses Tão Bem", "Tubo d'ensaio", "Nova Atitude" e "Todos São Paranóicos Menos Eu".
Depois do lançamento do disco fizeram as primeiras partes dos concertos de Tangerine Dream e Classic Nouveaux. Em 1983 voltam ao inglês e é editado o máxi-single "So Far For So Long", com produção de Nuno Rebelo e Emanuel Ramalho. Os Corpo Diplomático ensaiavam no mesmo sítio e o grupo tinha problemas de baterista. Por isso convidaram Emanuel Ramalho que só aceitava colaborar com o grupo se fizessem música "punk" e se cortassem o cabelo. Ainda fizeram duas músicas "punk" mas passaram rapidamente para o "new- wave".
Nuno Canavarro tinha saido do grupo por isso aparece apenas como músico convidado.
O grupo terminaria pouco tempo depois porque Nuno Rebelo estava a substituir Vítor Rua nos GNR e Emanuel Ramalho tinha começado a tocar com os Popeline Beige e Rádio Macau. Luís Ventura vai para a Tropa.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

todos juntos

Por falar em Fantasia Coral, vejam o que ela inspirou: está nos "Saltimbancos" de Chico Buarque e (sobretudo) Luiz Enriquez (orquestrações, etc) com texto de Sérgio Bardotti a partir do conto dos Grimm "Os músicos de Bremen". Nesta versão torna-se aprendizagem da luta de classes.
E tem a Nara Leão (a gata) cantando tão bem...
O som está aqui neste vídeo caseiro que foi o que se arranjou. Pensando bem, neste caso até faz sentido a ingenuidade. "Todos juntos somos fortes, não há nada pra temer".

o ruído monótono da roda por ele impulsionada

"Eternamente agrilhoado apenas a um pequeno fragmento isolado do todo, o ser humano especializa-se apenas como fragmento; tendo eternamente no ouvido apenas o ruído monótono da roda por ele impulsionada, nunca desenvolve a harmonia do seu ser e, em lugar de configurar a humanidade na sua própria natureza, ele torna-se numa mera reprodução da sua tarefa, da sua ciência"

Friedrich Schiller, Sobre a educação estética do ser humano numa série de cartas (trad. Teresa Cadete), ali à volta de 1793

A segunda parte da Fantasia Coral de Beethoven (1808), compositor "político" da época, não está longe das questões de Schiller. Um fragmento, pois:

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

le pays de nos désirs

Kurt Weill escreveu este Tango Habanera em 1934. Era música para uma peça de teatro (Marie Galante). A letra francesa foi acrescentada em 1946 por Roger Fernay. Stratas fez o resto.
Utopias...



C'est presqu'au bout du monde,
Ma barque vagabonde,
Errant augré du l'onde,
M'y conduisit un jour.
L'ile est toute petite,
Mais la fee qui l'habite
Gentiment nous invite
A en faire le tour.
Youkali,
C'est le pays de nos désirs,
Youkali,
C'est le bonheur,
C'est le plaisir,
Youkali,
C'est la terre où l'on
Quitte tous les soucis,
C'est dans notre nuit,
Comme une éclaircie,
L'étoile qu'on suit,
C'est Youkali!
Youkali,
C'est le respect
De tous les Voeux échangés,
Youkali,
C'est le pays
Des beaux amours partagés,
C'est l'espérance
Qui est au coeur de tous les humains,
La délivrance
Que nous attendons tous pour demain,
Youkali,
C'est le pays de nos désirs,
Youkali,
C'est le bonheur
C'est le plaisir,
Mais c'est un rêve, une folie,
Il n'y a pas de Youkali!
Et la vie nous entrâine,
Lassante, quotidiene,
Mais la pauvre âme humaine,
Cherchant partout l'oubli,
A pour quitter la terre,
Su trouver le mystère
Où no rêves se terrent
En quelque Youkali...

uma fotografia de Violeta Parra



Num encontro político da revista El Siglo em 1948.





Violeta Parra nasceu no Chile em 1917. Suicidou-se em 1967.
Palavras-chave: nova canção chilena; miltância política (partido socialista chileno); interesse pelo folclore; artes plásticas; peñas - centros comunitários de artes e de acção política.

¿Qué he sacado con la luna, ay ay ay,
que los dos miramos juntos, ay ay ay,
qué he sacado con los nombres, ay ay ay,
estampados en el muro ay ay ay?
Como cambia el calendario, ay ay ay,
cambia todo en este mundo, ay ay ay.
Ay ay ay
ay.

sábado, 8 de agosto de 2009

Revolução na distribuição?

"A internet revolucionou a maneira como distribuímos música. Quando escrevi 'Between the wars' durante a greve de mineiros de 1984, o processo de gravar, conceber, pôr no mercado e arranjar lugar na agenda de lançamentos da minha companhia discográfica, implicava que a canção só estivesse pronta quando a greve já quase tinha terminado. Agora, graças à internet, é possível escrever uma canção, gravá-la e torná-la disponível para descarregar em 24 horas. A nova tecnologia também põe em questão o papel das companhias discográficas nos novos media."

("The internet revolutionised the way we distribute music. When I wrote 'Between the Wars' in the middle of the 1984 miners' strike, the process of recording, designing, marketing and finding a place in my record company's release schedule meant the song wasn't available until the strike was almost over. Now, thanks to the internet, it is possible to write a song, record it and make it available for download within the space of 24 hours. The new technology also brings into question the role of record companies in the new media.")

Excerto de um texto interessante de Billy Bragg no jornal inglês Guardian, de Agosto de 2006, sobre direitos de autor.
A canção a que Bragg se refere:



Between The Wars

I was a miner
I was a docker
I was a railway man
Between the wars
I raised a family
In times of austerity
With sweat at the foundry
Between the wars
I paid the union and as times got harder
I looked to the government to help the working man
And they brought prosperity down at the armoury
We're arming for peace, me boys
Between the wars
I kept the faith and I kept voting
Not for the iron fist but for the helping hand
For theirs is a land with a wall around it
And mine is a faith in my fellow man
Theirs is a land of hope and glory
Mine is the green field and the factory floor
Theirs are the skies all dark with bombers
And mine is the peace we know
Between the wars
Call up the craftsmen
Bring me the draftsmen
Build me a path from cradle to grave
And I'll give my consent
To any government
That does not deny a man a living wage
Go find the young men never to fight again
Bring up the banners from the days gone by
Sweet moderation
Heart of this nation
Desert us not, we are
Between the wars

segunda-feira, 13 de julho de 2009

A quem pertence a música?









A propósito do concerto de hoje em Lisboa dos Metallica, lembremos o destaque que tiveram na guerra recente contra a partilha de ficheiros da internet.
Em 2000, os Metallica descobriram que uma demo da canção “I Disappear", que devia ser lançada na banda sonora do filme "Missão Impossível 2", estava a tocar nas rádios. Depois de descobrirem a fonte de distribuição, a banda encontrou o arquivo na rede "peer-to-peer" de partilha de arquivos do Napster, e também descobriram que todo seu catálogo tinha sido livremente disponibilizado. Iniciaram uma acção judicial contra o Napster, alegando que o Napster teria cometido os crimes de violação de direitos de autor e utilização ilegal de interfaces de áudio digital, etc. Processaram também universidades por não bloquearem o Napster nos espaços da universidade. No ano seguinte, foi feito um acordo fora dos tribunais que levou ao bloqueio de contas de utilizadores do Napster.

A banda iniciou sua carreira na cena underground com a troca de gravações não autorizadas de concertos, mas ficaram agora com medo da partilha livre da música. E com outros receios... da descida dos lucros da banda e do poderoso e gigantesco grupo de comunicação Warner.
Felizmente houve respostas várias, que caricaturam a atitude justiceira dos Metallica, e o facto de serem mais uma “voz do dono” nesta questão.
Mas a banda fez também a sua campanha. Neste vídeo comparam partilhar uma cópia a comer do prato alheio ou simplesmente ao roubo.
Não é bem o mesmo, pois não? Quem andará a roubar quem?
O debate continua, mas é preciso saber de que lado se está.


sexta-feira, 10 de julho de 2009

Agostinho

"A finalidade da música é criar no espírito do ouvinte um estado de arrependimento e submissão e assim torná-lo receptivo à palavra de Deus."
(Santo Agostinho, De Musica)

Se é assim, desisto já. A música e a política podem ser emancipação, e não polícia.

“Política”, adjectivo da música?

Em “O King”, peça que integrou a sua “Sinfonia”, o compositor Luciano Berio (1925-2003) homenageia Martin Luther King. Escrita em 1968, esta obra de vanguarda (palavra a discutir) usa os sons do nome “Martin Luther King”, só intacto e completamente perceptível no fim da peça.
Música “política” até ao tutano (trabalhando a memória de um homem e de uma luta no interior da música) ou apenas sinal superficial dos tempos “conturbados” de 1968?
Ouvindo, aproximamo-nos da primeira hipótese. Mas a pergunta não está bem formulada - pode “política” ser apenas um adjectivo da música?

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Sem esquecer

É o plano final do filme Kuhle Wampe, filme de 1932 de Slatan Dudow, Hanns Eisler e Bertolt Brecht. A “Solidaritätslied” (canção da solidariedade) não é só uma marcha de unidade - é uma canção contra o esquecimento (“vorwärts, und nicht vergessen") que acaba perguntando “a quem pertence o mundo?”

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Quero mais

“Sem eira nem beira” pode gozar o primeiro-ministro engenheiro e passar a hino anti-governo (com ajuda da TVI!). Não deixa de ser um fenómeno interessante, apesar da evidente falta de ideias musicais dos actuais Xutos e Pontapés. Continuam, dizem, a situar-se “à esquerda”. Mas a rebelião (ainda punk, ainda quente) estava muito mais aqui, numa canção revoltada com pés e cabeça como “Quero mais”, que fecha o primeiro LP, “78-82”. Bem diferente do som e da atitude que têm hoje. Bem diferente dos Xutos das mega-produções consensuais. Bem diferente do pacote-estádio que oferecem hoje. Bem diferentes dos Xutos medalhados, símbolo “rock” da nação.
O vídeo que se segue é de 1988, um ano de viragem e já com muito "barulho das luzes", depois do grande sucesso de “Circo de Feras” em 1987. Mas ainda cantavam “Quero Mais”. E não era só “mais sucesso”...

sábado, 4 de julho de 2009

Revolt!

Langston Hughes (1902-1967) foi um grande poeta americano, referência fundamental do combate pelos direitos civis dos negros nos EUA e por todo o mundo. A sua "jazz-poetry" influenciou a "beat generation" e mais tarde o hiphop.

Um dos seus poemas "jazz":



E ainda um poema/canção de Hughes:

A New Song (versão de 1938)

I speak in the name of the black millions
Awakening to action.
Let all others keep silent a moment
I have this word to bring,
This thing to say,
This song to sing:
Bitter was the day
When I bowed my back
Beneath the slaver's whip.
That day is past.
Bitter was the day
When I saw my children unschooled,
My young men without a voice in the world,
My women taken as the body-toys
Of a thieving people.
That day is past.
Bitter was the day, I say,
When the lyncher's rope
Hung about my neck,
And the fire scorched my feet,
And the oppressors had no pity,
And only in the sorrow songs
Relief was found.
That day is past.
I know full well now
Only my own hands,
Dark as the earth,
Can make my earth-dark body free.
O thieves, exploiters, killers,
No longer shall you say
With arrogant eyes and scornful lips:
"You are my servant,
Black man-
I, the free!"
That day is past-
For now,
In many mouths-
Dark mouths where red tongues burn
And white teeth gleam-
New words are formed,
Bitter
With the past
But sweet
With the dream.
Tense,
Unyielding,
Strong and sure,
They sweep the earth-
Revolt! Arise!
The Black
And White World
Shall be one!
The Worker's World!
The past is done!
A new dream flames
Against the
Sun!

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Os últimos poetas

No fim dos anos 60, no Mont Morris Park em Nova Iorque e depois num apartamento da rua n.º 125, alguns poetas reuniam-se para escrever, discutir, ler poesia. Um deles, refugiado político da África do Sul (Willie Kgositsile) escreveu um texto anunciando "os últimos tempos dos poemas e dos ensaios" que seriam substituídos pelas armas de fogo. Por isso eles eram "os últimos poetas" - The Last Poets.
O hip-hop herdou a música e as palavras ditas de uma luta que também foi deles.

"Blessed are those who struggle", do album "Delights of the garden", de 1977:

terça-feira, 30 de junho de 2009

A música é proibida na Somália?











A música é proibida na Somália?
Há grupos fundamentalistas, minoritários, que o defendem. Alguns têm muito poder. Nos últimos tempos a questão tem sido muito debatida e vários músicos somalis tomaram posição. No site http://www.freemuse.org/sw15074.asp, um centro de informação, debate e acção contra a censura na música, há informações sérias sobre este assunto. O Corão não proíbe a música. Mas proíbe muçulmanos de matarem muçulmanos. O que está a acontecer na Somália (um país em que a grande maioria da população é muçulmana) é bem diferente do que está escrito no Corão. E mesmo que não fosse...

Para quem quiser aprofundar a complicada questão política e as guerras na Somália nos últimos anos, dois artigos: um e dois
É preciso lembrar também o papel dos EUA, apoiando a invasão etíope da Somália ou... bombardeando directamente.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Music and Politics

Os Disposable Heroes of Hiphophrisy têm uma canção com o mesmo título deste blogue.
Apareceram em 1990, pelas mãos de Michael Franti e Rono Tse.
Do disco "Hipocrisy is the greatest luxury", só "Television" teve alguma projecção comercial - é aliás um dos poucos vídeos disponíveis:



"Music and politics" é uma canção curiosa. Não fala de política (aparentemente), prefere usar a primeira pessoa do singular e é uma excepção também musical no disco - não tem uma base electrónica, nem samples - o texto é dito sobre um acompanhamento jazzístico de guitarra. O essencial do texto está neste condicional: "Se eu conseguisse parar de pensar em música e política...":

"If ever I would stop thinking about music and politics I would tell you that sometimes it’s easier to desire and pursue the attention and admiration of 100 strangers than it is to accept the love and loyalty of those closest to me And I would tell you that sometimes I prefer to look at myself through someone else’s eyes Eyes that aren’t clouded with the tears of knowing what an asshole I can be, as yours are.

If ever I would stop thinking about music and politics I might be able to listen in silence to your concerns rather than hearing everything as an accusation or an indictment against me
I would tell you that sometimes I use sex to avoid communication it’s the best escape when we’re down on our luck But I can express more emotions than laughter, anger, and let’s fuck

If ever I would stop thinking about music and politics If ever I would stop thinking about music and politics If ever I would stop thinking about music and politics If ever I would stop thinking about music and politics

If ever I would stop thinking about music and politics I would tell you that I pooped in my own dog dish. And sometimes I would rather face not eating than face licking it clean. And admitting when I’m selfish. And I’d tell you that I’m suffering from the worst type of loneliness. The loneliness of being misunderstood, or more poignantly the loneliness of being afraid to allow myself to be understood

If ever I would stop thinking about music and politics I would tell you that the personal revolution is far more difficult and is the first step in any revolution

If ever I would stop thinking about music and politics If ever I would stop thinking about music and politics If ever I would stop thinking about music and politics If ever I would stop thinking about music and politics

I would tell you that music is the expression of emotion
And that politics is merely the decoy of perception."

terça-feira, 23 de junho de 2009